De repente estavas aqui...
Abraçavas-me... Falavas-me ao ouvido... Sussurravas contra a minha pele...
Eras tu... tinha a certeza...
apesar de não te ver, sabia que eras tu...
apesar de não te ter, sabia que eras tu...
Eram as mãos que tinha sonhado há tanto tempo...
Eram as palavras que procurava ouvir em cada momento...
Eram os olhos que ansiava olhar desde sempre...
Estavas aqui... finalmente estavas aqui...
O calor que trazias aqueceu o meu coração vazio...
A luz que emanavas iluminou a escuridão da minha alma...
Renascia... Renascia junto de ti... Renascia nos teus braços...
Absorvi a vida que me trazias... bebi até à última gota o vento embriagador da mudança que me transmitias...
Reacendias as cinzas em que me tinha tornado... Devagar... Uma por uma...
Recuperava as penas brihantes que tinha...
Recuperava o fogo que transportava...
A Fénix adormecida voltava à vida...
O mundo ganhava cor novamente... Resplandecia novamente...
Virei-me para me abraçar a ti... A ti! Aquele que me tornava eu novamente...
Virei-me e senti... senti que não estavas aqui... Abri os olhos... A cama continuava vazia...
De ti...
De mim...
Era apenas um sonho...
Um sonho que não está aqui... Um sonho que afinal não começou...
Volto-me para o lado... Abraço-me e deixo as lágrimas soltarem-se livremente...
Choro... Choro porque não sei se amanhã...
não sei se amanhã... irás voltar...
Não sei... não sei... se amanhã me irás encontrar...
Até lá espero...
Embalada pelo som dos dias...
Amparada pelas mãos do tempo...
Suspensa nos fios de um pensamento...