terça-feira, outubro 31, 2006

Já não...


Estava no meu quarto quando de repente ouvi um barulho!! Fui à janela e vi que afinal era o mundo… Encosto a minha cabeça ao vidro e fecho os olhos… Deixo-me ficar a ouvir… Os sons que povoam esta rua já não são os mesmos… Já não ouço os pássaros, já não ouço o som do vento a bater na copa das árvores, já não ouço os risos das crianças… já não ouço o som do teu carro a chegar… O que aconteceu? Terá sido mesmo o tempo? Esse tempo que passa inexorável… Esse tempo que passa lentamente até te encontrar…

Abro a janela e fecho os olhos… Sim… Sinto-o… Frio… Áspero… Sem cheiro…O vento levanta-me os cabelos… Cola-os à minha cara… Não tenho forças para o afastar… As forças foram-se… junto contigo, quando partiste.

Tento pensar!! Decido cheirar… No ar ainda existe o teu cheiro… Aquele ténue odor que precedia a tua chegada… Volto-me para te abraçar e lembro-me que já não estás…Mais uma ilusão… Sim… Por todo o lado existem ilusões… Sobre ti… Sobre eles… Sobre algo que já não existe e que continuamos a lutar para manter… Ilusões… Tempo… Tudo conspira contra nós…

Sim… as coisas já não são as mesmas desde que não estás…

Já não há risos… já não há beijos… já não há luar… Como invejo aquele casal de namorados que olham suavemente um para o outro e pensam no que fazer quando estão juntos… Têm tempo para tudo… Onde está o nosso tempo? Sinto que me fugiu… A mim… a ti… Será que te perdi? Volta… As coisas já não são as mesmas sem ti…

Vamos combater o tempo… Vamos ser nós outra vez… Vamos amar novamente…

segunda-feira, outubro 30, 2006

Sétima Maravilha - O Farol de Alexandria

A palavra 'farol' deriva de 'Pharos', uma ilha próxima de Alexandria, cidade portuária do Egipto. Nesta ilha, há 2.280 anos, foi erguido o Farol mais famoso da Antiguidade. A sua construção foi um grande sucesso da tecnologia e um modelo para todos os faróis desde então. Há notícias de que tinha 135 metros de altura, o que hoje corresponderia a um prédio de 45 andares.

O Farol de Alexandria dividia-se em três partes: a inferior, quadrada; a do meio, com oito faces e a superior, cilíndrica. Uma rampa em caracol elevava-se até ao topo, onde, à noite, brilhava o fogo, reflectido num potente espelho, formando um clarão que podia ser visto a mais de 50 quilómetros de distância. Bem no alto, havia uma estátua de Hélio, o deus Sol, muito apropriada para uma invenção tão brilhante. Na Idade Média, os árabes substituíram o farol por uma pequena mesquita. Manteve-se de pé até ao século XII. Em 1477, o sultão Qa'it Bay construiu um forte a partir das suas ruínas.

Sexta Maravilha - Colosso de Rodes

O Colosso de Rodes, como foi chamada a sétima maravilha do mundo, tinha um pé fincado em cada margem do canal que dava acesso ao porto. Com 30 metros de altura, toda de bronze e oca, a estátua começou a ser esculpida em 292 a.C., pelo escultor Chares, de Lindus, uma das cidades da ilha, que a concluiu doze anos depois. Conta-se que o povo de Rodes mandou construir o monumento para comemorar a retirada das tropas do rei macedônio Demétrio Poliorcetes, que promovera longo cerco à ilha na tentativa de conquistá-la. Demétrio era filho do general Antígono, que após a morte de Alexandre, o Grande, herdou uma parte do império grego. A estátua ficou em pé por apenas 55 anos, quando um terremoto a jogou ao fundo da baía de Rodes onde ficou esquecida até a chegada dos árabes, no século VII. Estes, então, a quebraram e venderam como sucata.

Quinta Maravilha - Mausoléu de Halicarnasso


Artemisa II, irmã e esposa do rei Mausolo, mandou construir o maior e mais suntuoso túmulo de todas as épocas. Sua base era de mármore e bronze, com revestimento de ouro. Trabalharam ali 30 mil homens durante dez anos e a obra ficou pronta em 352 a.C. No alto da construção de 50 metros, viam-se as estátuas do rei e da rainha.

Artemisa morreu antes de ver o mausoléu terminado. Fragmentos desse monumento são encontrados no Museu Britânico, em Londres, e em Budrum, na Turquia. A palavra mausoléu vem de Mausolo.


Quarta Maravilha - Templo de Artemis

O Templo de Artemis construído para a deusa grega da caça e protectora dos animais selvagens, foi o maior templo do mundo antigo. Localizado em Éfaso, actual Turquia, o templo foi construído em 550 a.C. pelo arquitecto cretense Quersifrão e pelo seu filho, Metagenes. Após a sua conclusão tornou-se uma atracção turística, com visitantes de todos os lugares a entregarem oferendas. Foi destruído em 356 a.C por Eróstrato, que acreditava que ao destruir o templo teria o seu nome espalhado por todo o mundo. Sabendo disso, os habitantes da cidade não revelaram o seu nome, que só ficou conhecido graças ao historiador Strabo. Alexandre, o Grande ofereceu-se para restaurar o templo, mas ele começou a ser reconstruído só em 323 a.C., ano da morte do macedónio. Mesmo assim, em 262 a.C. ele foi redestruído pelos godos. Com a conversão dos cidadãos da região e, do mundo, ao cristianismo, o templo foi perdendo a importância e hoje existe apenas um pilar da construção original nas suas ruínas.

Terceira Maravilha - Estátua de Zeus

A Estátua de Zeus foi construída em Olímpia, no século V a.C., por Fídias em homenagem ao deus grego Zeus. A estátua, construída em ouro e marfim e decorada com pedras preciosas, possuía 12m de altura. Após 800 anos foi levada para Constantinopla (hoje Istanbul), onde se pensa ter sido destruída por um incêndio em 462 a.C.

Segunda Maravilha - Os Jardins Suspensos da Babilónia!

Os Jardins Suspensos da Babilónia são as maravilhas menos conhecidas, já que até hoje encontram-se poucos relatos e nenhum sítio arqueológico foi encontrado com qualquer vestígio do monumento. O único que pode ser considerado “suspeito” é um poço fora dos padrões que se imagina ter sido usado para bombear água. Foram construídos pelo rei Nabucodonosor (ou Semiranis) no século VI a.C. O monumento foi construído com seis montes de terra artificiais, terraços arborizados apoiados em colunas de 25 a 100m de altura na antiga Babilónia. Foram destruídos no mesmo período de destruição do templo.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Stand my Ground by Within Temptation


My Video Title
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Esta é uma das minhas músicas favoritas! Faz-me lembrar as histórias de encantar que nos contavam quando éramos mais novos! Decidi partilhar convosco algumas das minhas escolhas musicais por isso não estranhem se virem posts com vídeos:D

quinta-feira, outubro 26, 2006

As Pirâmides de Gizé

As três pirâmides de Gizé Keóps, Quéfren e Miquerinos, foram construídas como tumbas reais para os reis Kufu (Keóps), Quéfren e Menkaure (pai, filho e neto), que dão o nome às pirâmides. A primeira delas, Keóps, foi construída há mais de 4500 anos, por volta do ano 2550 A.C.., chamada de Grande Pirâmide, a majestosa construção 147metros de altura foi a maior construção feita durante mais de quatro mil anos sendo superada apenas no final do século XIX (precisamente em 1900) com a construção da Torre Eiffel. O curioso é que as pirâmides de Gize já eram as mais antigas dentro de todas as maravilhas do mundo antigo (afinal, na época já fazia mais de dois mil anos que haviam sido construídas) e curiosamente, são justamente elas as únicas que se mantêm até hoje.

quarta-feira, outubro 25, 2006

As 7 Maravilhas do Mundo Antigo

Como a História Universal é uma das minhas grandes paixões, não podia deixar de colocar neste blog posts que tratem deste assunto. Espero que, quem visite o meu blog não os ache terrivelmente maçadores, mas sim interessantes. Começarei por falar nas 7 Maravilhas do Mundo. Muitos já ouviram falar delas mas não sabem quais são. Assim, decidi publicar a lista, juntando um pouco de descrição sobre cada uma delas. Obviamente que não saiu tudo da minha “linda cabeçinha” e que me baseei e vários autores para a fazer. Todos os dias irei colocar um post sobre uma das 7 Maravilhas, assim espero que se divirtam nesta viagem milenar :D

A origem da lista é duvidosa, normalmente atribuída ao poeta e escritor grego Antipatro de Sídon, que escreveu sobre as estruturas num poema. Outro documento que contém tal lista é o livro De Septem Orbis Miraculis, do engenheiro grego Philon de Bizâncio. A lista é também conhecida como Ta Hepta Thaemata (as 7 coisas dignas de serem vistas). Os gregos foram os primeiros povos a relacionar as sete maravilhas do mundo entre os anos de 150 a 120 A.C.. Estes extraordinários monumentos e esculturas erguidos pela mão do Homem, construidos na Antiguidade fascinam pela sua majestade, riqueza de detalhes e magnitude até hoje. Podemos imaginar o aspecto que outros monumentos e esculturas tinham a partir de descrições e reproduções estilizadas em moedas.


A retórica!!


Sinto dentro de mim uma grande dúvida. Porque será que vemos a vida de uma forma desgovernada? Porque será que não aproveitamos a vida como ela é? Porque será que arranjamos sempre coisas más para a estragar?

Nestes últimos dias andei a ler o Górgias de Platão, a Filosofia é outra das minhas paixões e, descobri que este livro escrito na Antiguidade Clássica (387 a.c) se encontra tão, ou mais, actual que muitos livros que já li. Trata de vários temas, entre os quais o cidadão e o estado, o bem e a justiça e a utilização indevida da retórica.... Considero este livro uma lição de vida... De facto, tal como na altura em que foi escrito, actualmente a Retórica predomina. Muitos podem considera-la uma arte mas para mim não passa de uma pseudo-arte. O seu principal objectivo é a persuasão, ou seja convencer os outros a seguirem o nosso ponto de vista. Contudo eu considero, tal como Platão, que ser persuasivo não é ter sabedoria, é simplesmente saber dar a volta aos outros dizendo-lhes aquilo que eles querem ouvir – Adulação.

A retórica para mim consiste em pegar nos pontos fracos das outras pessoas e utiliza-los de modo a convencer essas pessoas a agirem conforme queremos. Estes retóricos não são pessoas coerentes, pois ora defendem uma coisa, ora defendem outra. Mudam de opinião tal como o vento muda de direcção... Daí a terem atitudes completamente incoerentes acusando frequentemente a oposição de fazerem isto ou aquilo... Tal como o é para os políticos, a retórica para estas pessoas não é mais que uma eloquência vã, que nunca tem por objectivo tornar os outros melhores, mas sim convence-los a seguirem-nas.

Contudo estas pessoas não são felizes. Nunca o serão pois procuram algo que raramente encontram. A sua busca constante pela maioria do seu lado nunca termina e, a vida torna-se para eles uma busca incansável que nunca fica saciada.... Contrariamente à constante busca do saber (que vai sendo saciada á medida que procuramos, fazendo-nos sentir mais realizados) esta nunca termina... E é nisso que se baseia a vida destas pessoas... Numa busca infrutífera que leva a lado nenhum e se transforma num nada...

Infelizmente vivemos numa sociedade onde a Retórica impera, desde o padre que celebra a missa até ao mais alto político... E por mais que tentemos esta não vai acabar jamais... Contudo é como diz Sócrates: “Pior é praticar a injustiça do que sofrê-la”, na verdade, “ainda que poderosa, a palavra não é divina.”

São poucos os que pensam assim... E o mundo continua cheio de políticos e outras pessoas, com supostas boas intenções mas que utilizam os seus discursos para confundir os outros e deste modo levar a cabo os seus desígnios, como se fossem uma divindade na terra.

Esta foi a conclusão a que cheguei quando acabei de ler o livro, talvez esteja errada, talvez até tenha uma certa razão, mas esta é a minha opinião sobre um assunto que achei relevante e sobre o qual reflecti... E vocês, qual é a vossa?




Quando irás voltar?

Hoje acordei e não estavas aqui! Abri os olhos e senti o frio silêncio que se apoderava do meu quarto... A noite trouxe-me um sonho, lindo de mais para sonhar!!! Ouvia o doce canto das gaivotas que voavam junto ao mar... Sentia a água fria a banhar-me os pés... O cheiro inconfundível a maresia pairava no ar... E até ouvia o teu sussurrar.... O céu estava azul e o mar calmo... Tu estavas lá... Comigo... Corri logo ao teu encontro e ao estender-te a minha mão, lágrimas correram quando eu te abracei... E ao ver o teu olhar eu imaginei que amanhã ao acordar tu irás voltar...

Fechei os olhos novamente, tentando lembrar-me do sonho que tive... Estavas comigo... Íamos de mãos dadas à beira mar... Lembras-te? Não... não podes lembrar-te... Não estavas lá...

O nosso riso ainda ecoa no ar!! Ainda ouço o marulhar da água... Sim... Ouço-te a ti... Como é possível?

Sonhei que tive um pesadelo... De manhã tudo iria acabar... Onde estás? Porque não estás aqui? Só te vejo no meu sonhar!!! Só aí sinto o teu olhar... Porquê? Quando irás voltar?? Diz-me... Por favor...

No ar sinto o teu sorrir... Diz-me... será amanhã?

Quando irás voltar...?

segunda-feira, outubro 09, 2006

Tudo começou com Pandora!


Tudo começou com Pandora! Em algum momento da vida todos ouvimos falar nesta mulher mistica. E perguntam vocês porquê mistica? A própria criação desta mulher encontra-se envolvida em mito, mistério... magia...

Conta a lenda que Prometeu roubou o fogo aos deuses para o entregar aos homens, Zeus ficou furioso e como represália mandou enviar-lhes a mulher. Manda então Hefesto fabricar qualquer coisa que “se assemelhasse a uma virgem casta á imagem das deusas imortais”. Atena embeleza-a, as Graças acrescentam-lhe colares de ouro e as Horas, grinaldas de flores; mas Hermes crava no coração de tanta beleza a falsidade, a astúcia e a simulação. Apesar dos avisos de Prometeu, o seu irmão Epimeteu não resiste a desposar a perigosa criatura. E “é dela que surge a raça maldita das mulheres, flagelo terrivel que se instalou entre os humanos, que a partir de então suportam os sofrimentos e doenças que conduzem á morte”. Porque Pandora trouxe consigo uma caixa que continha todos os males, que a curiosidade a leva a abrir, libertando todos os infurtúnios e ao tapá-la, deixa lá dentro apenas a Esperança.

E assim começou o infortúnio feminino... Durante milhares de anos, séculos e milénios as mulheres foram vistas como seres maléficos e consequentemente sem direitos.

Tales de Mileto, o sábio matemático, enunciava 3 razões para se mostrar agradecido aos Deuses: 1º ter nascido humano e não animal (na grécia antiga acreditava-se na reencarnação); 2º grego e não bárbaro (para eles, todos os povos que não fosse gregos eram considerados bárbaros, logo, incultos) e 3º homem e não mulher. O que nos leva a concluir que a condição feminina não era invejável, contudo é também uma das figuras pelas quais o homem grego se define. O homem é pleno de contradições: acha a mulher um ser selvagem que deve ser domado pelo casamento mas é também um manequim esplendido, fabricado pelos deuses para desgraça do Homem. A mitologia grega está cheia de figuras femininas, ás quais podemos chamar aterradoras: Amazonas (guerreiras sanguinárias); esposas dominadoras e assassinas (Medeia...), Sereias, Gorgónes (sendo a mais conhecida – Medusa), Harpias... Quanto á mais bela das mulheres, Helena, é ela a causadora da guerra entre Gregos e Troianos. Tudo isto foi-nos contado por vozes masculinas e, claro sob o seu ponto de vista. Na verdade, durante o período da democracia, as mulheres tinham como papel principal casar e ser mães de cidadãos atenienses. Se por algum infortúnio do destino a inteligência se manisfestasse era imediatamente “calada”. As mulheres que pretendiam fazer valer a sua inteligência teriam de ser cortesãs, que mesmo assim teriam de ter um protector, pois a influência feminina não era bem vista.

Foi esta discriminação milenar que levou á desvalorização do papel da mulher. Ela foi, durante muito tempo, vista como um ser belo mas sem utilidade prática. Na verdade o seu único papel era o de casar e tratar da casa. Esta desvalorização levou á revolta feminina e consequentemente ao aparecimento dos movimentos feministas. Conseguiram grandes vitórias mas também proclamavam alguns exageros. Considero que todos deveriamos ter direitos iguais mas nós, o belo sexo, nunca deveriamos de deixar de ser femininas para o conseguir. Na verdade, é estimulante para eles perceberem que por detrás de um belo (ou não) rosto está um cérebro que pensa e consegue grandes vitórias. Ainda há algumas profissões que podem ser consideradas masculinas, contudo já existem algumas mulheres a dar os primeiros passos nas mesmas. Vejemos o caso da 1ª mulher a ser árbitra profissional em Portugal:D

Cabe a nós mulheres actuais acabar com o mito de Pandora: belas mas pérfidas...


sexta-feira, outubro 06, 2006

Fazes-me falta!



Hoje sinto-me só! Falta-me tanta coisa! Estou longe de tudo! Longe do amor que sinto por ti meu querido. Fazes-me falta sabes? Muita... Falta-me o teu carinho... a tua voz no meu ouvido... os teus lábios colados á minha pele... as carícias das tuas mãos... a segurança do teu olhar... Sim... Fazes-me falta...

Por vezes sinto um aperto dentro de mim... Sinto uma ânsia infinita... Sinto vontade de confessar os meus mais intímos desejos... Sinto vontade de fazer declarações inflamadas sobre como o ar parece pesado se não estás... Sobre como o sol não tem o mesmo brilho de sempre se não estás... Sobre como a luz não ilumina se não estás... Mas não sou poeta... e na minha boca parece-te talvez exagerado aquilo que te digo... Não sou poeta... Não o tento ser... Mas gostava sabes... Para poder dizer, usando lindas metáforas ou recursos de estilo rebuscados, a falta que me fazes... Desculpa... são meras divagações de um espirito que não tem mais nada para pensar... mais nada para sentir... Sim... parece-te exagerado... Eu sei... Mas como sabes... Eu sou assim... Falo muito para dizer o essencial... Sabes qual é? Sim... É mesmo isso... Fazes-me falta...

Contigo posso lutar... Contigo posso vencer... Sim... Contigo, posso, acima de tudo, acreditar...

quinta-feira, outubro 05, 2006

Quem somos?


Decidi falar de mim hoje! Quem sou? Esta é uma questão para a qual existem múltiplas respostas. Quem somos na verdade?

Descrevermo-nos é uma tarefa difícil pois muitas vezes nem nós nos conhecemos. Por vezes julgamos que somos valentes e acontece uma determinada situação e descobrimos que somos cobardes; julgamos que somos muito sinceros e descobrimo-nos a ocultar verdades; julgamos que somos verdadeiros e vêmo-nos obrigados a mentir e a disfarçar... No fundo, nem nós próprios nos conhecemos e o exercício da auto-avaliação é dificil e penoso. Custa avaliarmo-nos e descobrir em nós coisas que não gostamos mas que apesar de tudo já é tarde para mudarmos. Podemos tentar mas é difícil.

Pergunto a mim própria se alguma vez conhecemos todos os meandros da nossa personalidade. Por isso pergunto: Porque nos espantamos tanto quando nos apercebemos que não conhecemos este ou aquele que julgavamos conhecer?

No fundo nem eles se conhecem... Devemos estar sempre preparados para o desconhecido... mais cedo ou mais tarde alguém vai-nos surpreender: ou com algo que nos parece bom e agradável ou com algo que de facto, nos decepciona ou entristece. O que podemos fazer contra isso? A perfídia não tem explicação. A mentira quando se instala e os seus tentáculos se espalham lenta mas inexoravelmente torna-se difícil de combater. Sim... Não conhecemos os outros...

Quem sou? Sou na verdade quem não sou. Sou o ar que respiro, Sou a luz que transporto, sou aquilo que alguém descreveu. Como posso dizer, sem medo de cair no erro de me valorizar em demasia, quem sou.

Por vezes nem eu me conheço... Mas no fundo toda a nossa vida é uma procura constante pelo auto-conhecimento. Se deixarmos de procurar deixamos de nos conhecer e principalmente ficamos surpreendidos conosco quando reagimos a algo.

Na verdade, a surpresa é uma constante na vida do ser humano, Ele surpreende-nos frequentemente e nós... surpreendemo-nos em demasia. De facto, “Um homem só é um mistério para si próprio.” (Marcel Proust).

Quem sou? Quem vive realmente em mim? Poderei dar uma resposta definitiva? Não, não posso. Mudamos constantemente e o que somos hoje podemos não sê-lo amanhã.

Contudo, posso dizer que sou sensível, simpática, divertida, inteligente (segundo dizem), extrovertida, por vezes anjo por vezes demónio (neste inclui-se o meu mau feitio)... No fundo sou o que dizem ser uma boa pessoa, que por vezes se vê obrigada a não o ser! Procuro ser um apoio para os meus amigos e estar lá sempre que precisarem! Tento ser o melhor que posso mas não consigo nem quero esconder os meus defeitos. Eles são visíveis e quem priva comigo já os descobriu certamente.

Esta sou eu! Pelo menos tento ser Eu. Utilizando uma frase de de Florbela Espanca “Sou talvez a Visão que Alguém sonhou...”

quarta-feira, outubro 04, 2006

Quem sou!!


Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida nao tem sorte,
Sou a irma do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de nevoa tenue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguem ve...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porque...

Sou talvez a visao que Alguem sonhou,
Alguem que veio ao mundo para me ver
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca "Sonetos"