terça-feira, março 27, 2007

Devagar... como um rio...

Foto por: Pedro Miguel Pacheco



Devagar... Como um rio...

Assim correm os meus pensamentos...

Os meus sentimentos...

Parecem escorrer-me da alma em autênticas cascatas...

Lentamente começam a ganhar cor... Como se um pintor estivesse a tentar colorir as águas negras que aqui habitavam...

Lentamente... Docemente...

Com todo o cuidado para não estragar o quadro que pretende compor...

Com toda a ternura de quem descobre a sua obra prima...

Com toda a sensibilidade que lhe habita na alma...

Com todo a seu sentimento pretende colorir a alma que encontrou...

Como se quisesse dar vida a quem a perdeu...

Como se quisesse transformar num arco-iris a noite serrada...

Com todo o carinho que já existiu...

Devagar... Suavemente...

Aquele rio... Aquela alma...

Vai ganhando vida novamente... Vai ganhando cor novamente...

Lentamente... Vai correndo... Andando... Procurando...

Ao longo do caminho enriquece de cor o seu ser...

Como uma cascata... de sentimentos... de cor... de vida

Devagar... como um rio...


segunda-feira, março 26, 2007

Today i'm feeling 'kinda...

Foto de Vladimir Clavijo-Telepnev


...

Why not???


Fonte: http://www.clavijo.ru/index.html

quinta-feira, março 22, 2007

Voa...

Foto por: Pedro Miguel Pacheco

Anjo Perdido...

Mais uma noite esquecida..
O tempo que não passa mais.
Um pedaço de ti dentro da fumaça.
Que o abraço é o teu abraço.
Que a noite é um poema que te oiço cantar.
Rima a tua voz entre versos no ar,
entre miragens de nós e medos de voar.

Vem voar, meu anjo perdido...
Teu anjo perdido.
Vi-te parar.
Brilha a cantar, Princesa de tudo...
Que tudo faz-te voar!

Mais um shot de wishky.
Enraizar a amizade, que o meu amigo é o wishky.
Confundo a saudade, escondo do ar.
És tu o poema que ouço cantar.
Sinto a tua voz sorrir a chorar,
entre miragens de nós e medos de voar.

Vem voar, meu anjo perdido...
Teu anjo perdido.
Vi-te parar.
Brilha a cantar, Princesa de tudo...
Que tudo faz-te voar!

Vem voar...
Vem voar...
Vem voar...
Sem medos de tentar, sem medos de perder,
sem medos de ganhar, sem medos de sofrer!
Nunca te vi voar!
Nunca te vi voar!
Nunca te vi voar!
Vem voar...
Vem voar...
Vem voar...

Toranja

Sim... voar sem medo de cair... sem medo de perder as asas... No fundo sem medo de tentar...

P.S- Obrigada pelo contributo Pedro :)



domingo, março 18, 2007

Estou...


Bem... eu tinha de postar isto...

Esta semana no mestrado tivemos um seminário com o “supra-sumo” de Reggio Emilia, Alfredo Hoyuelos. Foi o melhor seminário que já tive... Cativante, empolgante, simplesmente absorvente...

Penso que em dois dias aprendi mais sobre Reggio do que num ano todo... É incrível a bagagem cultural que ele tem... O entusiasmo com o qual fala deste projecto (sim! Porque em Reggio não se fala de modelos nem de metodologias...) é contagiante... É nestas alturas que queria estar a trabalhar para poder aplicar muitas das coisas que aprendi... Os conhecimentos, as dicas, a vontade de fazer a diferença... Mesmo sabendo que os nossos contextos educativos não permitem um Reggio puro descobri que, afinal, nem é assim tão difícil por em prática ideias que antes me pareciam impossíveis... Saí do seminário a sentir-me outra... Foi magnifico...

As minhas expectativas foram superadas mas em larga escala e definitivamente o tempo de espera para poder assistir a este seminário foi compensado:D

Sinto-me uma priveligiada...

(sim... já sei o que pensam, mas a pedagogia é uma das minhas paixões... e n posso evitar falar nisso;) loool)

sexta-feira, março 16, 2007

Apocalyptica

Ando numa de descobertas... Recentemente descobri uma banda (que já não é nova...) chamada Apocalyptica... Confesso que já tinha ouvido falar deles mas nunca me tinha dado para ouvir... Mas apaixonei-me completamente pela primeira nusica que ouvi deles... A letra é simplesmente fantástica e a melodia... bem sem comentários:D



Hope is beauty, personified
At her feet the world, hypnotized

A million flashes, A million smiles
And on the catwalk she flies in style


* But in this heart of darkness
* All hope lies lost and torn
* All fame, like love is fleeting
* When there's no hope anymore


Pain and glory, hand in hand
A Sacrifice, the highest price

Like the poison in her arm
Like a whisper she was gone
Like when angels fall...


* In this heart of darkness
* All hope lies on the floor
* Love like fame, is fleeting
* When there's no hope anymore


Like the poison in her arm
Like a whisper she was gone

Like an angel
Angels fall...

quarta-feira, março 14, 2007

...


Há dias em que me sinto duas pessoas diferentes... Uma que tudo sente... Outra que nada sente... Uma que tudo quer... Outra que nada quer...

Hoje...

...é um desses dias..

segunda-feira, março 12, 2007

El Laberinto del Fauno

Ontem consegui ver, finalmente para mim, o filme: El Laberinto del Fauno de Guilherme del Toro.

Adorei... Achei o filme absolutamente fantástico... Um conto de fadas para adultos que utiliza as metáforas de forma maravilhosa e acertada... Subtil! Forte! Comovente! (pelo menos para mim... Como extra-sensível que sou, debulhei-me em lágrimas no fim... Isto é tudo menos normal... mas afinal, também nunca me regi pelos padrões de normalidade estabelecidos:P...)... Melhor retrato da realidade humana que já vi...

Merecidamente um vencedor...

Aconselho...

Frozen


I can't feel my senses
I just feel the cold
All colors seem to fade away
I can’t reach my soul

I would stop running
If I knew there was a chance
It tears me apart to sacrifice it all
But I’m forced to let go

Tell me I’m frozen
What can I do
Can’t tell the reasons
I did it for you

Well, I still need to try
I sacrifice the earth
You say that I am frozen
What can I do

I can feel your sorrow
(I sacrifice)
You won’t forgive me
(...)
But I know you’ll be alright
(...)
It tears me apart that you will never know
But I have to let go

Tell me I’m frozen
What can I do
Can’t tell the reasons
I did it for you

Well, I still need to try
I sacrifice the earth
You say that I am frozen
What can I do

Everything will slip away
Shattered pieces will remain
When memories fade into emptiness
Only time will tell its tale
If it all has been in vain

I can’t feel my senses
I just feel the cold

Frozen
What can I do
Frozen

Tell me I’m frozen
What can I do
Can’t tell the reasons
I did it for you

Well, I still need to try
I sacrifice the earth
You say that I am frozen

Within Temptation

quinta-feira, março 08, 2007

She walks in Beauty

She walks in beauty, like the night

Of cloudless climes and starry skies;

And all that's best of dark and bright

Meet in her aspect and her eyes:

Thus mellow'd to that tender light

Which heaven to gaudy day denies.



One shade the more, one ray the less,

Had half impair'd the nameless grace

Which waves in every raven tress,

Or softly lightens o'er her face;

Where thoughts serenely sweet express

How pure, how dear their dwelling-place.


And on that cheek, and o'er that brow,

So soft, so calm, yet eloquent,

The smiles that win, the tints that glow,

But tell of days in goodness spent,

A mind at peace with all below,

A heart whose love is innocent!

By Lord Byron


Dedicado a mim, que sou mulher... Aliás hoje (devia ser sempre mas enfim... não se pode ter tudo) o dia é nosso:)

Gostei:D

Baseada numa biografia de Anthonia Fraser, que retratou de forma pouco habitual a jovem Marie Antoinette, Sofia Copolla realizou mais um fantástico filme.

Marie Antoinette é retratada de uma forma mais humana e mais compreensiva. Casada aos 14 anos com o delphine da França, Louis Auguste, vê a sua vida mudar drasticamente.

Muda-se então para a corte francesa onde vai formar a sua personalidade intelectual. A colisão com a cultura de Versailles é quase devastadora. Vê-se então confrontada com uma escolha: ou se habitua a esta nova corte, onde as intrigas e as críticas causticas em surdina predominam ou, deixa-se abater e despedaçar por essa mesma corte viciosa.

O filme retrata na perfeição, a meu ver, a dor, a solidão, o desespero e a futilidade que caracterizou certamente a jovem Marie Antoinette... Uma versão historicamente diferente daquela que conhecemos.

Kirsten Dunst (apesar de não gostar muito dela como actriz) encontra-se magnifica no papel da jovem rainha dando-lhe um encanto simplesmente delicioso.

E, claro, não podia deixar de falar da banda sonora, mais uma das marcas de S.C., que aliou a música pós-punk e avant-garde dos anos 80 (nomes como The Strokes ,The Cure e Air figuram na soundtrack) aos meados do séc. XVIII...

Vi o filme ontem e fiquei surpreendentemente deliciada... Claro que se quiserem uma biografia completamente histórica devem ler o livro, mas se querem ver Versailles ganhar vida então aconselho o filme :)

Mais um excelente filme de Copolla tal como “The Virgin Suicides” (o meu preferido) e “Lost in Translation”...

Claro que isto é apenas a opinião de uma fã e baseia-se apenas no meu senso comum :)

Devo confessar que existem muito críticos que acharam o filme uma desilusão por ser futil e pomposo, bem... eu acho que, se este, era sobre uma rainha adolescente, futil e pomposa convinha que assim fosse... Mas isso sou eu que acho ;) cada um que julgue por si...

quarta-feira, março 07, 2007

Adorei!!


Ultima leitura: “A Fórmula de Deus” de José Rodrigues dos Santos...

“Uma história de amor, uma intriga de traição, uma perseguição implacável, uma busca espiritual que nos leva à mais espantosa revelação mística de todos os tempos. Baseada nas últimas e mais avançadas descobertas científicas nos campos da física, da cosmologia e da matemática, A Fórmula de Deus transporta-nos, numa espécie de percurso iniciático, numa empolgante e primordial viagem até às origens do tempo, à essência do universo e ao sentido da vida.”

Um encontro, nas escadas de um museu no Cairo, lança o criptologista Tomás Noronha, o protagonista do Codex 632, numa empolgante aventura que o leva à descoberta de um manuscrito inédito de A. Einstein que, por sua vez, o leva a entrar numa busca sobre a prova cientifica da existência de Deus.

Este é o quarto romance de José Rodrigues dos Santos e claro obviamente aconselhável... A escrita é fluida e, apesar de ter imensas teorias relacionadas com Fisica, estão bem trabalhadas e explicadas de forma a, um leigo na matéria (como eu) as perceber...

J. R. S é o escritor mais popular e mais vendido no panorama actual da literatura portuguesa. As suas obras são normalmente de grande extensão onde nelas está presente sempre uma história construtiva, fundamentada e de grande interesse. Foi com o Codex 632 que saltou para a ribalta e, por lá se irá manter, visto que continua a publicar obras de grande interesse.

Aconselho os dois... :D entretanto, boas leituras...

segunda-feira, março 05, 2007

Aquele "clic"...

Como este tema parece estar entre os assuntos mais comentados nos últimos dias resolvi que era melhor explorar o tema um bocadinho mais...

Aquele “Clic”... O que será que podemos depreender desta pequena frase??

Tenho a dizer que, na lista que todos temos, quando pensamos em relacionamentos a longo e a curto prazo, este item têm uma importancia vital... Afinal se não há clic... não há nada...

Será que esse “clic” acontece logo à primeira vista ou de repente damos por nós a olhar para alguém que até já vimos pela 2ª, 3ª, 4ª vez e escutamos um ensurdecedor “Cliiiiiiiiiic”?

A resposta a esta pergunta pode ser feita de várias maneiras... A meu ver, é muito importante olhar para alguém e sentir aquela química, aquela alquimia que nos deixa completamente tontos com a sua força... Pode ser uma pessoa bonita, inteligente, amorosa etc, etc e tal, mas se não houver “clic” é um relacionamento condenado ao fracasso... Contudo, podemos encontrar uma pessoa que até nem é nada demais e ficamos de boca aberta porque sentimos dentro de nós que é aquela (mais uma vez se aplica a regra dos relacionamentos a longo ou a curto prazo)... Ouvimos um “clic” de tal modo tilintado que nada mais faz sentido...

Por outro lado temos aquelas pessoas que à primeira vista até nem nos provocaram “clic” nenhum mas com as quais gostamos de estar e conversar... Mas será que realmente não houve “clic” ou fomos nós que estavamos demasiado distraidos para o ouvir?? O que fazer quando após vários olhares que até nem nos diziam nada ouvimos um daqueles “cliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiics” que não deixam margens para dúvidas?? Ignorar porque não foi à primeira vista?? Afinal não poderá existir um “clic” onde pensavamos que não existia nada? Será que após conhecermos a essência de uma pessoa e, vermos que afinal ela enquadra-se perfeitamente na nossa essência, não estamos mais atentos aos “sons” que possamos vir a ouvir??

O que nos impede de ouvir o “clic”? O medo de nos envolvermos? A distracção, porque temos outro tipo de definição mental sobre quem nos iria fazer ouvir/sentir o tal “clic”?

Ontem uma amiga minha disse-me: “Já não ouço/sinto aquele “clic” por alguém há muito tempo. Desde o ... E já lá vão 2 anos!!”. Será que ela nunca o ouviu porque ele nunca existiu ou porque se encontra demasiado concentrado no tal ...?

E mais uma vez aparece a importância da essência: “E quando encontro alguém que me faz sentir um pequeno, mas assim, muito pequenino “clic” ele estraga tudo quando abre a boca...”. Lá está... Até pode existir clic e desaparecer no mesmo instante... Ou até pode nem estar lá mas aparecer após alguns olhares mais atentos...

Onde raio quer ela chegar, perguntam vocês?? Bem... nem eu sei... Acho que a conclusão que posso tirar daqui é que os “clics” são fundamentais, mas não quer dizer que apareçam só à primeira vista... Pode ser à 2ª ou à 3ª... Ou até pode existir clic mas a essência da pessoa fazê-lo desaparecer e vice versa, não existir e depois aparecer... Ou como acredito, ele estar lá... nós é que não o ouvimos...

sábado, março 03, 2007

quinta-feira, março 01, 2007

Ode ao Amor!

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de
verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar
sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de
prática.(...) Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de
antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".

(...). A paixão, que devia
ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão
prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de
verdade,ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do
amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas,farto
de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão
embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia,são
uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem,tudo
bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos,
bananóides,borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se
apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o
desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a
comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não
é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a
pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso
"dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e
descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se
vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a
loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.

Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.

O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para
nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.Tanto faz.

É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos
levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno
aberto.

(...) O amor puro não é um meio, não é um fim, não é
um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver
com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para
perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a
nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha,
não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é
necessária.

A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais
bonito que a vida. A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém.

Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração
guarda que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando
não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, oamor
que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se
ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver
sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder.

Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso - in Expresso; in “O Amor é Fodido”


P.S-Obrigada lucy, adorei o mail :p

Tenho de ler o livro...