segunda-feira, outubro 09, 2006

Tudo começou com Pandora!


Tudo começou com Pandora! Em algum momento da vida todos ouvimos falar nesta mulher mistica. E perguntam vocês porquê mistica? A própria criação desta mulher encontra-se envolvida em mito, mistério... magia...

Conta a lenda que Prometeu roubou o fogo aos deuses para o entregar aos homens, Zeus ficou furioso e como represália mandou enviar-lhes a mulher. Manda então Hefesto fabricar qualquer coisa que “se assemelhasse a uma virgem casta á imagem das deusas imortais”. Atena embeleza-a, as Graças acrescentam-lhe colares de ouro e as Horas, grinaldas de flores; mas Hermes crava no coração de tanta beleza a falsidade, a astúcia e a simulação. Apesar dos avisos de Prometeu, o seu irmão Epimeteu não resiste a desposar a perigosa criatura. E “é dela que surge a raça maldita das mulheres, flagelo terrivel que se instalou entre os humanos, que a partir de então suportam os sofrimentos e doenças que conduzem á morte”. Porque Pandora trouxe consigo uma caixa que continha todos os males, que a curiosidade a leva a abrir, libertando todos os infurtúnios e ao tapá-la, deixa lá dentro apenas a Esperança.

E assim começou o infortúnio feminino... Durante milhares de anos, séculos e milénios as mulheres foram vistas como seres maléficos e consequentemente sem direitos.

Tales de Mileto, o sábio matemático, enunciava 3 razões para se mostrar agradecido aos Deuses: 1º ter nascido humano e não animal (na grécia antiga acreditava-se na reencarnação); 2º grego e não bárbaro (para eles, todos os povos que não fosse gregos eram considerados bárbaros, logo, incultos) e 3º homem e não mulher. O que nos leva a concluir que a condição feminina não era invejável, contudo é também uma das figuras pelas quais o homem grego se define. O homem é pleno de contradições: acha a mulher um ser selvagem que deve ser domado pelo casamento mas é também um manequim esplendido, fabricado pelos deuses para desgraça do Homem. A mitologia grega está cheia de figuras femininas, ás quais podemos chamar aterradoras: Amazonas (guerreiras sanguinárias); esposas dominadoras e assassinas (Medeia...), Sereias, Gorgónes (sendo a mais conhecida – Medusa), Harpias... Quanto á mais bela das mulheres, Helena, é ela a causadora da guerra entre Gregos e Troianos. Tudo isto foi-nos contado por vozes masculinas e, claro sob o seu ponto de vista. Na verdade, durante o período da democracia, as mulheres tinham como papel principal casar e ser mães de cidadãos atenienses. Se por algum infortúnio do destino a inteligência se manisfestasse era imediatamente “calada”. As mulheres que pretendiam fazer valer a sua inteligência teriam de ser cortesãs, que mesmo assim teriam de ter um protector, pois a influência feminina não era bem vista.

Foi esta discriminação milenar que levou á desvalorização do papel da mulher. Ela foi, durante muito tempo, vista como um ser belo mas sem utilidade prática. Na verdade o seu único papel era o de casar e tratar da casa. Esta desvalorização levou á revolta feminina e consequentemente ao aparecimento dos movimentos feministas. Conseguiram grandes vitórias mas também proclamavam alguns exageros. Considero que todos deveriamos ter direitos iguais mas nós, o belo sexo, nunca deveriamos de deixar de ser femininas para o conseguir. Na verdade, é estimulante para eles perceberem que por detrás de um belo (ou não) rosto está um cérebro que pensa e consegue grandes vitórias. Ainda há algumas profissões que podem ser consideradas masculinas, contudo já existem algumas mulheres a dar os primeiros passos nas mesmas. Vejemos o caso da 1ª mulher a ser árbitra profissional em Portugal:D

Cabe a nós mulheres actuais acabar com o mito de Pandora: belas mas pérfidas...


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